segunda-feira, 9 de março de 2009

INTERMITÊNCIA NA PEGADA: UMA VARIÁVEL A SER CONSIDERADA, E EVITADA.

É redundante falar dos ótimos vídeos dessa equipe do site DieselCrew, papas do treino de pegada. Selecionei esse vídeo para exemplificar uma teoria que tenho, na verdade teoria coisíssima nenhuma, é manifestadamente prático, mas que gerou uma representação cognitiva.

Primeiramente assistam ao vídeo, depois discorrerei melhor:



Não é novidade a minha paixão pelos exercícios básicos, livres e funcionais. A pegada é um dos sustentáculos dessa filosofia, principalmente quando se transfere esses conceitos a um treino de força e aos esportes de força em particular, pois passa a se trabalhar com cargas mais elevadas a serem carregadas ou sustentadas. Por isso repito : não levantarás um peso que não consegues segurar.

Nesse vídeo eles mesclaram a força de fechamento com a de sustentação, impedindo assim a intermitência da pegada. Mas qual a vantagem e diferenciação nisso? Parece igual a qualquer outro , mas não é. Eu não sei da intenção exata deles ao fazerem o vídeo , mas ao assistí-lo pude fazer minhas análises baseado em experiências próprias.

Eu falei de representação cognitiva um pouco acima: imaginem uma represa , uma mínima fissura pode levar a sua ruptura, assim também ocorre com a pegada. Eu vou exemplificar com um dos movimentos que mais aprecio: o Farmer Walk, mas transfiram para o seu movimento favorito( terra , arremesso , barra etc..) . No Farmer Walk a pegada é fundamental e não raro acontece o fenômeno da represa do qual falei, um mínimo fraquejo na pegada leva a sua abertura total, pois os dedos, salvos raras exceções , não conseguirão sustentar a carga utilizada, notadamente pelo fato de se estar em movimento constante(ver um vídeo do movimento ao final do artigo). A pegada nesse tipo de treino pode ser incrementada com a simbiose entre fechamento e sustentação, não podendo de maneira alguma existir a intermitência na pegada, pois dessa maneira a represa se rompe.

Voltando ao vídeo: O praticante utiliza como material, conforme especificado nas legendas, um hand grip, ou gripper(ou apenas "Grip"), um strap e uma anilha. O segredo está em colocar o strap, já devidamente amarrado à anilha, entre as hastes do grip, e sustentar o peso através do fechamento total do aparelho. A menor intermitência(interrupção) no fechamento fará o peso cair, entenderam? Esse "princípio laboratorial" é o mesmo princípio dos "treinos de campo".

Outra vantagem, essa mencionada pela equipe Diesel: Ao se acrescentar peso ao strap, deverá aumentar a força do fechamento( óbvio), mas se conseguirá isso sem aumentar o nível do gripper, a progressão nesse tipo de treino é bem longeva, e ajudará o praticante quando precisar aumentar a carga em um determinado movimento mas não conseguir devido a falta de grip.

Podemos ver como um vídeo- treino aparentemente simples(e é simples) pode ter importância como fundamento em um sistema de treino mais amplo, mas isso se deve a um fato: os movimentos naturais e básicos como o levantamento terra, barra, farmer walk( o que é mais funcional que carregar algum objeto), arranque , arremesso são absurdamente simples e naturais ao ser humano, ou pelo menos deveriam ser. É uma contradição eu ter de explicá-los aqui, mas espero que um dia isso não seja mais necessário , esse é um os objetivos deste que escreve.


Como prometi: Farmer Walk ou Farmer`s Walk.






Carlos Mota

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